TRANSIÇÃO CLIMÁTICA

Bloco quer travar minas a céu aberto e mudar políticas europeias para salvar clima

09 de maio 2024 - 15:50

Mariana Mortágua e Catarina Martins juntaram-se numa conferência de imprensa sobre a importância das questões ambientais. Foi anunciado um projeto para parar as minas de lítio e um pacote de medidas a implementar à escala europeia.

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Catarina Martins e Mariana Mortágua na apresentação das propostas do Bloco para o clima.
Catarina Martins e Mariana Mortágua na apresentação das propostas do Bloco para o clima. Foto de RODRIGO ANTUNES/LUSA

Numa conferência de imprensa conjunta entre Mariana Mortágua e Catarina Martins, o Bloco de Esquerda destacou a importância das questões ambientais.

A coordenadora do Bloco anunciou que o partido apresentará na Assembleia da República um projeto de resolução com o objetivo de parar a construção de minas a céu aberto no país. Estas, explicou, são “essencialmente minas de lítio que foram impostas às populações”, contra os seus interesses, e que “têm enormes riscos ambientais, enormes riscos para a saúde pública e sem qualquer garantia de ganhos económicos ou de ganhos para uma transição climática mais justa”. Admitiu ainda que “não sejam mais do que uma negociata para explorar fundos estruturais”.

Para Mariana Mortágua, “não está no lítio o caminho para o futuro da transição climática em Portugal”. A proposta corresponde “à promessa que fizemos ao povo de Boticas ou da Serra da Argemela” durante a passada campanha eleitoral.

Coube a Catarina Martins apresentar várias medidas para a transição climática no quadro da União Europeia, realçando que “este é o mandato europeu em que ou se faz alguma coisa, ou é tarde de mais”. 

Assim, há “muito pouco tempo para fazer muito”. Pretende-se o fim dos subsídios às energias fósseis, apostar na energia solar descentralizada, mudar as regras orçamentais da União Europeia de forma a permitir financiamento público à transição energética, apoiar o desenvolvimento de comunidades de energias renováveis com fundos europeus, permitir que estas participem em concursos públicos e leilões de energia, aumentar o número de transportes públicos e caminhar para a sua gratuitidade, implementar novas regras para o uso da água, restringindo a agricultura super-intensiva e o turismo de golfe.

A cabeça de lista bloquista às próximas europeias vinca que “se há política que é claramente uma política em que a articulação europeia é fundamental é a questão climática. Se há política em que Portugal pode a nível europeu discutir de igual para igual é também na questão climática. Avançámos nas energias renováveis, mas não fizemos a transição climática e não estamos a fazer uma transição justa” sendo preciso “urgentemente” mudar as políticas europeia para mitigar os efeitos das alterações climáticas, ou então "a vida torna-se insustentável", alertou.